A Cidade que Desperta à Noite! O que fazer em Salamanca, Espanha

Animação em todas as idades, assim podemos definir nossa impressão ao deixarmos Salamanca. Vamos contar o motivo neste post.

Vindos de Bilbao, nossa segunda parada na Espanha foi em Salamanca.  Havia lido na revista Viagem e Turismo, há algum tempo, que Salamanca era a “Ouro Preto castelhana”. Essa referência e outras leituras serviram para despertar meu interesse por este destino.

Falar de Salamanca é falar de uma cidade cheia de história e de vida. É falar de 50 mil estudantes universitários e de pós-graduação que vivem aqui, mas também das velhinhas que desfilam no calçadão, numa noite fria de inverno, com seus casacos de pele ou stunff, penteadas e maquiadas, ciceroneadas por seus maridos, que também andam em grupo, logo atrás delas. Ou das octogenárias que caminharam longo percurso na noite, para passearem pela cidade, para absorverem a juventude que não definha, nestes corredores labirínticos do centro histórico.

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Salamanca, habitada desde o primeiro milênio antes de Cristo, é um município da província homônima, na comunidade autônoma de Castela e Leão, localizado na zona oeste da Espanha, a 214 quilômetros de Madrid. Tem 38,6 quilômetros quadrados de área e, em 2016, tinha 144 949 habitantes.

“Salamanca que enhechiza la voluntad de volver a ella
a todos los que de la apacibilidad de su vivienda han gustado”

Miguel de Cervantes en El Licenciado Vidriera

Destino de estudantes do mundo todo, que procuram suas tradicionais universidades, Salamanca possui um dos mais importantes acervos do patrimônio artístico e arquitetônico da Europa, tendo sido declarada Cidade Patrimônio da Humanidade, desde 1988.

Pense nessa bela e histórica cidade como uma espécie de Ouro Preto castelhana, com tesouros arquitetônicos e artísticos pontilhando toda sua extensão e uma jovem e festeira população estudantil que vem de todo o mundo para aqui curtir a vida (e, de vez em quando, dedicar-se aos livros). De origens celtas, dominada por Aníbal e conquistada pelos romanos, em Salamanca se encontram uma das mais veneráveis universidades espanholas, duas extraordinárias catedrais geminadas e a ampla e animada Plaza Mayor (Viagem e Turismo).

Como hospedagem, reservei, pelo Booking, o Grand Hotel Corona, um grande hotel, o que foge da minha predileção, mas muito bem localizado e, dada a excelente relação custo benefício, foi uma ótima escolha. Deixamos o carro na garagem e fomos caminhar pela cidade que é sempre a melhor forma de conhecer um lugar.

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Grand Hotel Corona Sol e nosso carro alugado.
O aprazível apartamento do Corona Sol.

Era meio da tarde e consideramos, inicial e erroneamente, que a cidade era pouco movimentada, nada animada. Boa parte dos prédios estavam fechados.

A cidade repousa à tarde.
Caminhamos com tranquilidade na tarde invernal.

Não vês que somos viajantes?
E tu me perguntas:
Que é viajar?
Eu respondo com uma palavra: é avançar!
Experimentais isto em ti
Que nunca te satisfaças com aquilo que és
Para que sejas um dia aquilo que ainda não és.
Avança sempre! Não fiques parado no caminho.

Santo Agostinho

Na Universidade Católica de Salamanca conseguimos chegar em tempo de fazer parte do último grupo de visitação. Impressionados com as histórias peculiares, como o fato de usarem sangue e sal para escreverem os quadros de formandos. Salas, escadarias, histórias e nos damos conta da relevância do ensino para esta cidade.

Visita guiada pela Universidade Católica de Salamanca.
Histórias escritas com sangue, pimenta, sal e azeite!
Antiguidade do saber.
Conchas de Santiago.

Caminhando pelo Centro Histórico de Salamanca, em direção à ponte Romana, nos deparamos com o monumento al Lazarillo de Tormes e, ao fundo, a Igreja de Santiago. O monumento nos chamou a atenção e soubemos que era uma homenagem à novela que conta a história de Salamanca, sendo Lázaro natural de uma pequena aldeia, Tejares, hoje bairro de Salamanca.  O monumento em bronze tem a estátua do cego e do pequeno Lázaro, obra de Augustín Casillas, natural de Salamanca e foi inaugurada em 15 de setembro de 1974.

Monumento ao Lazarillo de Tormes e Igreja de Santiago.
Monumento ao Lazarillo de Tormes.

Seguimos caminhando até a Ponte Romana, ou Puente Mayor del Tormes, e percorremos de um lado para o outro.

A Ponte Romana de Salamanca.

A ponte impressiona e já mereceu diversos restauros. A data de construção não é exata, porém se entende que deve ter sido construída pelos imperadores Augusto (27 a. C.-14 d. C.) e  Vespasiano (69-79), sendo um monumento arquitetônico bimilenário.

Rio Tormes.
Entorno da Ponte Romana de Salamanca.
Registrando nossa passagem por Salamanca.
Salamanca encanta!
Nossos pés no Caminho de Santiago.
Ponte Romana ou Puente Mayor del Tormes.

Podemos viajar por todo o mundo em busca do que é belo, mas se já não o trouxermos conosco, nunca o encontraremos.

Ralph Waldo Emerson

Seguimos caminhando e conhecemos o Huerto de Calixto y Melibea, um belo jardim de 2,5 m², construído no ‘casco antíguo’ de Salamanca. Assim se denomina pois serviu de cenário para a novela ‘Tragicomédia de Calixto Y Melibea’ de Fernando de Rojas. Atualmente, é um parque visitado por muitos, em busca da aura romântica deste cenário de uma grande história de amor. A visitação é gratuita, diariamente, das 10h até o sol se por.

Seguimos caminhando e nos encantando por esta Cidade. Sua catedral (ou suas catedrais?) a nova e a antiga, impressiona! A nova foi iniciada por Gil de Hontañón, no século XVI e finalizada em 1733, com a intervenção dos melhores arquitetos de cada época. A ‘Catedral Vieja’ teve sua construção iniciada no século XII.

Catedral de Salamanca.

Permita-se descobrir a cidade, caminhando sem destino. Passeie pela Plazza Mayor, pela Pontifícia Universidade Católica – histórias escritas a sangue, pimenta, sal e azeite! Visite as diversas igrejas e a exuberante matriz. Entenda as disputas dos reis por construir a maior catedral. Passeie pelas ruas à noite, sem medo. Isto tudo é Salamanca!

De lá fomos visitar a   Casa Lis, um palacete modernista de vidraças coloridas que guarda, no seu interior, a essência do Art decó  e  Art Nouveau. Um espaço encantador! Cor, luz, vidros, jóias, bonecas, obras de arte, café… Permita-se ficar algumas horas por aqui. Visitamos a loja da Casa Lis e não resistimos às pequenas caixas de música realejo. Compramos para presentear as minhas irmãs.

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As vidraças coloridas da Casa Lis.
A vista de Salamanca, desde a Casa Lis.

Quando retornamos, já anoitecendo, nos deparamos com um fenômeno fantástico e entendemos: ‘isso é Espanha!’. O centro histórico havia sido tomado por moradores locais, estudantes e turistas, numa noite fria de inverno, caminhando e conversando animadamente, ocupando os bares e restaurantes.

O despertar de Salamanca ocorre à noite.

A vida é instante.
É passado, é presente, é futuro.
É tornar-se maduro.
É ser, do tempo, um viajante.

Dani Pamplona

As senhoras seguiam à frente, em seus casacos de pele (fazia muito tempo que não via tantos!) e logo atrás seguiam seus esposos. Os jovens seguiam em bando. Músicos de rua entoavam as mais belas canções. Lojas abertas. Um bar nos chamou a atenção, o Cuatro Gatos, e entramos para jantar. Para nossa surpresa fomos atendidos por um garçom brasileiro que nos indicou algumas tapas de entrada e uma paella, bem como o vinho branco para harmonizar. O brasileiro vive na Europa há anos, com sua esposa e filhos e nos contou sobre os ônus e bônus desta escolha.

Paella vegetariana do Cuatro Gatos.

Ao sair, o movimento não cessava, apesar do frio. Senhoras muito idosas, sozinhas ou em grupo, em bares, bebendo vinho e cerveja nos chamava a atenção. Refletimos sobre o sentido da vida, a longevidade com qualidade, a alegria na velhice… e tantos outros assuntos até chegarmos de volta ao hotel onde repousamos.

Nem o frio e nem a idade limitam a vida!
Músicos nas ruas.

Ainda passeamos pela Plaza Mayor, considerada uma das praças mais bonitas da Espanha. Construída no estilo barroco, durante o Século XVIII, abriga prédios públicos e bares.

Bem, até o hospital desta cidade é lindo!A forma de coleta de lixo, as lixeiras, também chamaram nossa atenção.
Depois de uma excelente noite de sono, despertamos para o café da manhã no hotel, que foi excelente, o melhor da viagem. Abastecidos, pegamos o carro e nos preparamos para um grande deslocamento até Sevilla. No caminho, porém, mais algumas paradas que contaremos no próximo post.

A história viva! Aqui foi assinado o Tratado de Tordesillas.
O caminho que leva a Salamanca.
Carro confortável. Locado pelo Rentcars.
“caminante no hay camino se hace camino al andar”.
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Só aceito como viagem acima de 300 km. Abaixo disso você não foi viajar, você só foi !

Pedro Leão

DICAS PARA UMA AGRADÁVEL VIAGEM:

Reserve seu hotel, inclusive o que indicamos, aqui  – Hotel Corona Sol – Av. Villamayor, 31 – grande, renovado, bem localizado, excelente preço – conseguimos tarifa de 40,00 pelo casal. Único inconveniente, cheiro de cigarro no quarto, mesmo com os avisos de proibido fumar. O hóspede anterior deve ter desconsiderado isso, lamentavelmente. Acabamos pagando mais 12,00 pela garagem e mais 8,00 pelo café da manhã.

Viaje tranquilo com o Seguro de Viagem da Mondial

 

OUTRAS DICAS:

Casa Liswww.museocasalis.org – C/ El Expolio, 14
Horário: de terça à sexta-feira, das 11 às 14 e das 17 às 21h.  Sábados, domingos e feriados, das 11 às 21h. Ingresso: – 3,00€ e  2,00€ para aposentados e grupos com mais de 10 pessoas. Entrada gratuita nas quintas-feiras, das 11 às 14h.  Compramos caixas musicais por 8,00

 

Bar e Restaurante Cuatro Gatos, Rua Mayor, 29 – brasileiro no atendimento – comemos 1 nachos, 1 paella de verduras, duas taças de vinho e uma água, por 21,40 – ambiente descontraído e aprazível.

 

COMO CHEGAR:

Se for direto à Espanha, o melhor é ir até Madrid  e, posteriormente, de ônibus (Avanza Bus) ou trem (RENFE), ambos têm partidas com frequência. Desde Madrid a Salamanca a viagem dura aproximadamente duas horas. Se vier de Portugal ou França poderá fazê-lo de ônibus ou trem, pesquise e reserve com antecedência: www.salamancabarajas.comwww.avanzabus.com e www.metro.es

De carro as auto-estradas A-62 e A-66 levam até Salamanca. Desde Madrid é preciso seguir pela auto-estrada A-50.

 

MELHOR PERÍODO PARA VISITAR SALAMANCA:

Qualquer época do ano! Como o clima é mediterrânico continental, com invernos frios e verões com temperaturas superiores aos 30º é bom escolher de acordo com sua preferência. Eu indicaria o outono ou a primavera.  No verão milhares de estudantes chegam à Salamanca para cursar espanhol para estrangeiros.

Visite os sites: http://www.salamanca.es/pt/apresentacao-da-cidade  e http://www.ciudaddesalamanca.es/

Amore…

CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA:

No início de 2017 nos permitimos vivenciar uma experiência por 4 países da Europa. Veja post aqui e conheça nossa história.

Em janeiro passamos 16 dias aproveitando o Norte da Itália. Iniciamos por Milão, passando por Verona, Valpolicella, Conegliano, Padova, Bolonha, Ferrara, Siena e outras várias cidades da Toscana, Gênova, Bra e outras cidades do Piemonte, finalizando em Milão, novamente. Daqui partimos para a França, incluindo Bordeaux, depois Espanha, incluindo Bilbao, e Portugal, totalizando 54 dias de viagem.

Sigamos abençoados a nossa viagem!

IMPORTANTE:

A opinião aqui expressa é a nossa verdade! A autoria das fotos é de Ivane Fáverocom exceção das fotos com autoria mencionada.

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Esperamos que tenham gostado desta postagem, que teve sua elaboração feita com muito carinho e atenção. Queremos compartilhar nossas experiências com o objetivo de ajudar aos nossos leitores a terem experiências e vivências memoráveis em suas viagens, como nós estamos tendo.

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