Descobertas em Roma, Itália: O mais lindo roseiral!

Para este post, convidamos a Rute Favero, que morou por um ano na Itália, tempo em que fez seu doutorado e conheceu Roma como ninguém, afinal foi especificamente nesta cidade que ela viveu e percorreu seus vários caminhos, como uma viajante madura muito interessada.
Sendo assim, vamos deixar ela nos contar sobre esta descoberta, muito pouco conhecida pelos turistas convencionais. E se você também tiver um relato (com fotos) diferenciado sobre um destino turístico, nos envie. Poderá ser publicado aqui no Viajante Maduro.

O Roseiral (por Rute Favero)

Caminhando, ou melhor, “flanando”, como diz a Marina, minha amiga brasileira, pelas ruas de Roma…(o melhor para se conhecer uma cidade é andar pelas ruelas, vielas, ruas,a venidas, mas acima de tudo, as pequenas vias…lá se respira a cultura de um local), chega-se a locais inusitados.
Bem…se bem que nem sempre os mais lindos e mais agradáveis.
Porém… aaaah, porém! Arriscar vale a pena.
Se perder por aí… e fiz isso num domingo. Realmente, perdida. Até que vi o Circo Massimo. Bem. Agora sei onde estou e sei que, próximo daqui, tem uma parada do Metrô.Vou pela rua do lado das termas de Caracalla. Não! Já passei aqui deste lado, da outra vez que estive (que foi a primeira) aqui, então vou dar a volta e subir aquela rua do lado direito (do meu lado direito, isto é, eu estava de costas para o Tevere. Veremos o que tem por lá. Enquanto caminhava, olhei para o outro lado da rua e vi rosas numa cerca. Atravessei e eram lindas. Vi um jardim…mas não detive o olhar mais além…apenas pensei se tratar do jardim de alguma igreja. Enfim… importava que as rosas estavam até saindo pelas grades e propiciavam belas fotos. Clica e clica. Caminha e clica, vai contornando a cerca e muro e mais cliques.

Opa! Um portão?!
Hmmm… vou entrar. Parece que tem mais flores. Ou melhor, rosas. Quando vejo rosas sempre lembro de minha mãe e de minha filha, que amam estas flores. No caso de minha mãe… cada flor, por mais singela que seja, faz-me lembrar a minha “veinha” querida: la mia mamma.  Mamma mia! Quantas rosas!!
Ao passar pelo portão, há uma estradinha à frente e, de cada lado um jardim de rosas, gradeado.
O da direita estava fechado, mas o do lado esquerdo, aberto.
Só vários dias depois que eu soube que o da direita é o que têm as rosas que concorrem a prêmios e o da esquerda é , digamos assim, mais popular.

Entrei lá! Sentei na grama. Fiquei olhando as pessoas extasiadas com aquela visão. Olhava as flores. Não! Olhava as rosas, de longe.


Levante-me e comecei a caminhar por entre elas. Quase todas tem nome e sobrenome. 🙂 Tem nome, espécie e país de origem. Algumas são mega perfumadas, outras nadica de nada de perfume. Algumas parecem bem comunzinhas, já outras… rosas “régias”. Bem isso. Rosas especiais, lindas, exuberantes. Cada cor que embevece o olhar, a alma.

As minhas fotos nem estão tão especiais e não conseguem passar  a beleza que é estar lá, passear por entre rosas tão lindas, poder tocar nelas, perceber a sua textura, sentir aromas mil.


Criança pode brincar e caminhar por lá. Cachorro não!
De repente escuro: “Il cane no! Il cane no!”. Era o “cuidador” que, de longe, havia visto uma mulher com seu cãozinho a passear com ele no chão, no gramado, onde estão as roseiras. Proibido! E eu concordo. Não tem como ser diferente. Quase todos que vão lá, pegam nas flores, cheiram, se abaixam até o chão, por vezes, para poder pegar (entenda-se tocar, trazer mais próxima ao nariz, aos olhos) aquela rosa mais abaixo…se tiver xixi ou cocô de cachorro, não há como.
Enfim…

Muito interessante foi, quando eu estava entrando vinha saindo umas “vestais” ou fadas (pareciam, fique claro!)… mulheres com umas vestimentas da época romântica. Fiquei me perguntando se aquilo seria um tipo de “adorno” daquele espaço. Fotografei de longe. Vai que pedissem dinheiro pelas fotografias, como fazem aqueles homens fantasiados lá no Coliseu….

Quando saí, vi várias pessoas ao redor delas, fotografando, etc. Aproveitei e fiz  mais umas fotos, mais de perto.
Uma delas era mais simpática e sorridente. Resolvi perguntar o que faziam lá. Ela responde que era por prazer, que estavam apenas passeando. Falo algo mais e ela me pergunta de onde sou. Brasil.
– Eu também sou brasileira. – Ma come mai? – Sou casada com um italiano, faz muitos anos.
Daí a conversa continuo em português. Ela falou a suas amigas que poderiam ir, pois ela ficaria conversando com uma conterrânea.
Quando perguntei o porquê de estarem fantasiadas vestidas assim, ela respondeu que era porque gostavam desta época.
Eu falo: – Da primavera?
– Não, diz ela.
– Como assim? mas de que época falas?


Este é um grupo de mulheres que existe aqui em Roma que se reúnem, uma vez por mês, para conversar, trocar ideias, fazer algumas atividades, benesses à comunidade e… passeios pelos belos locais de roma, como é o caso desse roseiral. Este ano, não voltarão ao roseiral – dei sorte – pois irão a outros locais, agora. Por gostarem da Época Romântica, das vestimentas dos idos de 1800, passaram a se vestir assim. Além do que, percebem que agradam aos olhos das pessoas. Nesse dia, haviam ido ao roseiral para fazer algo parecido com um piquenique.
Ser feliz é fazer o que se gosta. É fato!

Estive lá, pela primeira vez, em 10 de maio.
Estive, de novo, no dia que participei da maratona de fotos de Roma, no domingo, 17 de maio (neste dia eu comemoraria 35 anos de casamento). Fui para fotografar alguma coisa no local e, depois,
porque estava “flanando” e, quando me dei conta, estava pelas redondezas. A exaustão era tanta, que entrei e deitei na grama. Fiquei deitada durante uns 30 minutos, tamanha era a dor muscular nas pernas. Fiz mais fotos. Deliciei-me com o local. Muita paz!

O que é que como surgiu este roseiral?
O nome dele é Roseto di Roma ou Roseto comunale. É mantido pelo município.
O primeiro roseiral surgiu em 1931. Foi uma ideia da Condesssa Mary Senni e foi instituída pelo governador de Roma, o príncipe Francesco B. Ludovisi. Estava na colina Oppio, próximo ao Coliseu. Em maio de 1933, instituíram o “Prêmio Roma” para as novas variedades de rosas ou para as híbridas. Na segunda guerra mundial foi destruído.

O  local em que está hoje, é o mesmo local de onde se encontrava o Templo de Flora, no Séc. II a.C., que era uma deusa romana das flores e da primavera.  Depois disso, em 1645, até 1934, neste mesmo local ficava um cemitério hebraico. Em 1950, resolveram criar um novo roseiral e esse foi o local escolhido. Em homenagem ao antigo local, construíram os canteiros em forma de um “menorah”, um candelabro com os sete braços. Na entrada de cada jardim tem uma estrela com a Tábua das Leis de Moisés (eu não vi, portanto, terei de voltar e fazer esta foto).

A área do roseiral ocupa dez mil metros quadrados e têm cerca de 1.100 espécies diferentes de rosas, provindas de mais de 20 países.
Na área maior ficam as rosas “botânicas”, antigas e modernas. As botânicas e antigas são as rosas, digamos assim, originais. As modernas são as híbridas, que começaram a ser mescladas com as rosas chinesas.
Na área menor, ficam as rosas que vem de todo o mundo. São as roseiras novas, recém criadas. Essas são plantadas lá e, depois de 2 anos, concorrem ao “Prêmio Roma”, um concurso internacional de rosas novas.

Curiosidade:

Dentre as espécies mais curiosas (que eu ainda não identifiquei/encontrei), estão a “Rosa Chinensis Virdiflora”, que têm as pétalas verdes; a “Rosa Chinensis Mutabilis”, que vai mudando de cor a cada dia e a “Rosa Foetida”, que  é mal-cheirosa.
Confesso: não curti nenhuma delas. Não gosto muito de rosas multicoloridas…prefiro as rosas antigas mesmo.

 

Endereço e horário para visita:

Fica “aos pés” do monte Aventino, em frente  à Piazzale Ugo La Malfa (Via di Valle Murcia, 6).

No ano de 2015, abriu em 21 de abril, dia do aniversário de Roma e ficou aberto até o dia 14 de junho, todos os dias, das 8h30min às 19h30min, inclusive aos domingos e feriados, com ingresso livre. Só fechou no dia 16 de maio, por causa do “Premio Roma”, uma vez que seria visitado pelo júri do concurso. A partir do dia 17 de maio, também a área da competição foi aberta ao público.

Ps.: As rosas vencedoras do Premio Roma, em 2015:
http://www.romatoday.it/green/rose-classifica-premio-roma-2015.html 

Importante:

O Viajante Maduro viaja como ideal de vida e profissão. A Rute também.

A opinião aqui expressa é a nossa verdade! As fotos foram tiradas pela Rute Favero (este post).

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