Oh Milano del Mio Cuore! O que fazer em Milão, Lombardia, Itália

Já conhecíamos Milão, mas motivos para visitar esta belíssima cidade não faltam. A começar pela razão de que, nas suas proximidades, vive minha querida prima Viviane Favero Beltrame e sua adorável família, que nos receberam em sua casa! Outra razão é que aqui vive uma grande amiga, a Fah Maioli, coolhunter e trend analyst, que tem um lindo blog.  Desta vez não foi possível encontrá-la, pois seu bebê merecia toda atenção. E tem mais um motivo especial: o maravilhoso Restaurante Biffi, do estimado amigo Tarcisio de Bacco.

As simpáticas ruas de Milão, repletas de restaurantes e floriculturas.

Não importa quantas vezes se visita essa cidade, a visão do Duomo sempre é impactante! A Catedral de Milão teve sua construção iniciada bem antes da descoberta do Brasil, em 1386! Imponente em seus 157 m de comprimento e 109 m de largura!

Duomo di Milano
De dia ou de noite, ano após ano, sempre imponente e encantadora!

Outro ponto que sempre nos fascina é a Galeria Vittorio Emanuele.  Resultado de um concurso, motivado pela expulsão dos austríacos, em 1859, quando saíram derrotados de Milão e a prefeitura decidiu modificar o cenário do centro para celebrar a vitória. Em 1860, foi realizado um concurso público para redesenhar a praça do Duomo e estabelecer uma conexão desta com o Teatro Scala. Três anos e dois concursos depois, o projeto da galeria foi entregue ao arquiteto Giuseppe Mengoni. A galeria foi inaugurada no dia 15 de setembro de 1867. “No entanto, o arco de entrada só foi finalizado no trágico 30 de dezembro de 1877, dia em que Mengoni caiu de um andaime enquanto comandava um grupo de operários que faziam os ajustes finais do arco. O mistério nunca foi resolvido: suicídio, homicídio ou tragédia? A lápide em homenagem ao arquiteto fica na entrada da galeria”.

Tradição ou superstição? Girar o calcanhar no ‘saco do touro’ é a forma de se garantir a boa sorte e retornar. A foto é de outra viagem. Eu voltei! 😉

Atualmente, a Galeria é endereço de marcas famosas e excelentes restaurantes. É neste endereço que se encontra o Biffi Restaurante, uma instituição comandada por Tarcisio de Bacco!

Mais que uma ligação entre o Duomo e o Teatro Scala, a Galleria Vittorio Emanuele é um dos principais pontos turísticos de Milão, atualmente.
Galeria Vittorio Emanuelle

Ser recebidos pelo Tarcisio, poder conviver com ele alguns momentos, ouvindo as histórias deste bento-gonçalvense, que se mudou jovem para a Itália, trabalhou muito, inclusive como lavador de pratos e garçom, e prosperou até se tornar sócio de um dos melhores e mais bem localizados restaurantes de Milão, e porque não dizer da Itália, é uma dádiva! Fomos recebidos em seu restaurante e pudemos jantar com mais uma amiga brasileira, da área das produções audiovisuais, que hoje reside em Malta e também estava de passagem por Milão.

Tarcísio de Bacco nos recebendo no Restaurante Biffi.

A saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo.

Mario Quintana

Me deliciei matando a saudades do risoto alla milanese! O açafrão perfumando o prato e alma!

Risoto Alla Milanese. Hummmmm!

O Rômulo preferiu o tradicional spaghetti al pomodoro!

Spaghetti al pomodoro! Simples e fantástico!

Mas o Tarcisio não nos deixou partir sem provar o prato que herdou o nome de Milão e tanto me faz lembrar de minha mãe, la cotoletta alla milanese. Um festival de delícias!

Cotoletta alla milanese.

Nunca havia podido visitar o Teatro alla Scala e sonhava com o dia em que eu pudesse assistir a uma Ópera nesta emblemática casa. Busquei pela internet, com antecedência (ainda no Brasil), as peças que poderíamos assistir. O Rômulo preferiu a Orquestra de Chicago. Para mim, bastava estar nesse lugar!

O Teatro alla Scala foi construído por determinação da imperatriz Maria Teresa da Áustria, para substituir o Teatro Regio Ducale, destruído por um incêndio em 1776, devendo seu nome à igreja de Santa Maria alla Scala que antes se erguia no local. Obra do arquiteto neoclássico Giuseppe Piermarini, foi inaugurado em 1778 com a opera de Antonio Salieri.

Colocamos a melhor roupa que tínhamos (se é que isso era possível, digamos que tiramos o tênis) e fomos lá. A noite estava fria e foi possível assistir ao primeiro espetáculo, já na chegada, o desfile de casaco de peles, chapéus e, logo ao entrar, quando as pessoas retiravam seus casacos, as jóias e lindos vestidos. Bem, foco no Teatro! Primeiro, o impacto da arquitetura que evocava reminiscências não vividas! Imaginávamos como teria sido nos anos 1800, todos que passaram por aí… Dois casais se uniram a nós, num dos camarotes e as luzes apagaram! Os primeiros acordes já arrepiaram a pele e a alma! Foi, realmente, emocionante assistir esta orquestra espetacular, neste mágico lugar, ainda mais sendo seu maestro um italiano adorado por seus irmãos, Riccardo Muti, que entoou, ao final e fora do programa, Nabuco, para encerrar a fantástica noite! Aplausos sem fim ao retorno do venerado (pelos italianos) Muti, depois de 12 anos, ao Teatro.

Teatro alla Scala. Milão, Itália.

A apresentação não podia ser fotografada ou filmada, infelizmente. Então divido somente esta imagem tirada no início do espetáculo.

Teatro alla Scala. Milão, Itália.

Há muito mais para se fazer em Milão. Mas, sem pensar muito em ‘pontos turísticos’, o que mais gostamos é sair caminhando, parando em qualquer café, para nos aquecermos ou descansarmos e seguir caminhando, sem rumo, pelas ruas desta cidade grande (mais de 1.250.000 de habitantes), cosmopolita, mas, ainda assim, cheia de identidade e elegância!

Ah, aqui utilizamos o metrô como meio de transporte, fácil e sem problemas com estacionamento e congestionamento.

Aproveitando que estávamos muito próximo da cidade de onde vieram meus antepassados, por parte de minha mãe, e contando com a ajuda de minha prima e sua família, pudemos visitar a pequena cidade de Robecco Sul Naviglio.

“Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos”. Jeremy Irons

Mais um ‘selfie’ que não deu certo 😉 🙁

ROBECCO SUL NAVIGLIO

Pequena cidade (pouco mais de 6.000 habitantes), foi incluída em nosso roteiro por ser a origem dos Bolezina, sobrenome de minha avó materna.

Oh Itália, oh Itália del mio cuore! Estar aqui é como ‘voltar para casa’, para a casa de minha língua mãe, para a casa das receitas de parte da minha família. Olhar os lugares onde meus antepassadas passaram, pisaram e pousaram seu olhar é emocionante!

Robecco Sul Naviglio, Lombardia, Itália.

Agradeço aos meus primos Viviane e Roberto por terem nos levado até lá e terem tornado esta visita ainda mais encantadora. Não é um destino turístico, com certeza, mas podemos dizer que vale visitá-la. Aprazível, calma e com opções para meio dia de passeio.

Primeiramente visitamos a atual igreja paroquial, dedicada a São João Batista, foi construída na segunda metade do século XVIII e terminou por volta de 1790 (havia outra antes). A missa estava acabando e pudemos falar com o Padre, que nos informou não mais residirem os ‘Bolezina’ nesta cidade.

Igreja São João Batista

Estávamos em janeiro e o padre nos apresentou, com todo orgulho, o Presépio da Igreja.

Presépio! O Natal ainda vive!

Saímos caminhando pelas calmas ruas, vendo o movimento das pessoas que saíam da missa e se dirigiam para suas casas. Imaginava que almoço teriam. O rio e suas pontes, especialmente a Ponte dos Passos, o  Palazzo Archinto, chamado de Castelo, construções dos anos 1700 ou 1800, foram evocando o desejo de saber o que teriam visto e vivenciado os imigrantes que saíram daqui, em geral fugindo da fome, da miséria.

Palazzo Archinto.
Ponte dos Passos

A fome apertou e resolvemos parar num restaurante, um dos poucos (ou seria o único?) aberto. A fachada é muito simples e houve um certo receio, mas presenciamos o movimento e resolvemos apostar, assim, sem nenhuma indicação. Muito bom, incrível que numa cidade tão pequena tenha tão bons restaurantes (outros estavam fechados no período de inverno).  Além disso, comemos em 5 adultos e duas crianças, com água e vinho, por somente EU 68,00.

Zuppa di fagioli ai frutti di mare. Simples e saborosa a comida do Antica Trattoria Italiana.

 

Mais uma caminhada e ainda deu tempo de ir ao Shopping vizinho, para comprar uma carga de internet.

Um bom lugar para uma caminhada, apesar do frio intenso.

 

 

ONDE FICAR E COMER:

Antica Trattoria Italiana – Piazza XXI Luglio, 5 – Robecco Sul Naviglio

Biffi Ristorante – http://www.biffigalleria.it/it/   Milão

Isola Apartaments – excelente apart hotel, com amplo espaço, mezanino, cozinha e sacada – pagamos 159,20 por duas diárias (acima do que gostaríamos, mas considerando o destino, valeu a pena), incluso 8,00 de taxas de turismo – Via Pastengo, 14 – Sem café da manhã.

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Isola Apartaments

 

MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.teatroallascala.org/en/index.html

 

CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA:

No início de 2017 nos permitimos vivenciar uma experiência por 4 países da Europa. Veja post aqui e conheça nossa história.

Em janeiro passamos 16 dias aproveitando o Norte da Itália. Iniciamos por Milão, passando por Verona, Valpolicella, Conegliano, Padova, Bolonha, várias cidades da Toscana, Gênova, Bra e outras cidades do Piemonte, finalizando em Milão, novamente.

 

IMPORTANTE:

A opinião aqui expressa é a nossa verdade! A autoria das fotos é de Ivane Fáverocom exceção das fotos com autoria mencionada.

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