Sapiranga é conhecida como a Cidade das Rosas e vem se consagrando na região como uma referência quando o assunto é esporte de aventura. Parapente/paraglider, tirolesa, rapel, cachoeirismo, downhill, cicloturismo, asa delta e mountain bike são algumas das modalidades que podem ser praticadas na cidade. Enquanto estávamos na cidade, o Canal Off era aguardado para uma reportagem sobre qual a pista mais rápida do RS para a prática de downhill.
Falar de Sapiranga também é mencionar um dos fatos históricos mais impressionantes do Rio Grande do Sul: a batalha dos Mucker. Vem com a gente conhecer melhor essa cidade do Vale Germânico!
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O QUE FAZER
Começamos na paisagem natural mais famosa de Sapiranga: o Morro Ferrabraz. Formado por rochas de origem vulcânica e sedimentar, a altitude chega a 779 metros e, do alto, é possível enxergar diversas cidades do Vale Germânico.
Tombado como Reserva Natural da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco, o Morro se tornou referência também nos esportes de voo livre. Vejam que interessante: desde 1970, o espaço aéreo de Sapiranga é demarcado para esportes de voo pela ANAC. E um dos momentos mais esperados da nossa viagem era meu voo (de asa-delta ou de parapente) saindo do belíssimo Morro Ferrabraz. No dia que fomos, infelizmente, a força e a direção do vento não estavam adequadas. Então, continua na lista de atividades a serem feiras. E, vocês, teriam coragem?
A responsável pelos voos é a Associação Gaúcha de Voo Livre (AGVL), que tem sede em Sapiranga. Conversamos com o presidente da AGVL, Alex Trombini, e descobrimos que entre setembro e março as condições de voo costumam ser melhores. De toda forma, é necessário agendar com antecedência.
Os preços dos voos da modalidade turística (voos duplos sempre com um instrutor) são aproximadamente: R$ 300 de asa-delta e R$350 de parapente.
A AGVL também oferece cursos para quem quer se habilitar como pilotos (R$ 6 mil para asa-delta e R$ 6.500 parapente).
O mountain bike é outra prática esportiva comum no Morro, assim como as caminhadas. O pôr do sol no local atrai dezenas de pessoas. O Ferrabraz também foi palco da batalha dos Mucker (que explicamos melhor abaixo).
Horário de atendimento
Atualmente, a entrada no Morro Ferrabraz para visitantes ocorre aos finais de semana, das 12h30min às 17h30min. A entrada é gratuita e, em virtude da pandemia, são permitidas 50 pessoas ao mesmo tempo.
Contatos
Falar de Sapiranga também é mencionar um dos fatos históricos mais impressionantes do Rio Grande do Sul. O desenvolvimento da colônia alemã teve um episódio violento na segunda metade do século 19, entre 1868 e 1874, a chamada batalha (ou revolta) dos Mucker, um conflito religioso e social entre os colonos no Morro Ferrabraz.
De um lado estavam Jacobina Mentz e João Jorge Maurer, que utilizavam ervas e pregavam para a cura de enfermidades, e uma legião de seguidores e, no outro, diversos habitantes que viam Jacobina como uma inimiga da Igreja e a acusavam de ser uma falsa curandeira. Diversas pessoas, dos dois lados, foram mortas com os conflitos que seguiram pelos meses de julho e agosto de 1874. Findo o movimento liderado por João e Jacobina, a área de Padre Eterno (da comunidade que eles lideravam) passa a se dedicar às atividades de agropecuária.
Polêmicas e versões à parte, em 2009, um Memorial da Reconciliação foi erguido em Sapiranga, ao pé do Morro Ferrabraz (junto à uma estátua em homenagem ao Coronel Genuíno Sampaio), selando, simbolicamente, a paz entre descendentes dos dois lados do conflito.
Há o Roteiro Caminhos de Jacobina, com pontos que retratam a trajetória do episódio dos Mucker. Os pontos oficiais do trajeto são os túmulos dos colonos no Cemitério Amaral Ribeiro, a estátua do coronel Genuíno Sampaio e a Cruz de Jacobina. O morro da Pedra Branca é outro atrativo. Ele fica no trecho inicial em uma curva da estrada que leva ao topo do Morro Ferrabraz e é parada quase que obrigatória para turistas. Praticantes de esportes radicais se aventuram em escaladas no local (lá no alto há uma caverna/toca na qual os seguidores de Jacobina teriam se instalado para avistar quem chegava, em uma espécie de “torre de controle”).
Depois de subir o Ferrabraz, visitamos o Cemitério do Amaral Ribeiro, onde estão enterrados quatro colonos alemães mortos no conflito com os Mucker. A coluna funerária traz inscrições em alemão do século 19, quando o território ainda era colônia de São Leopoldo.
“Hier ruhen die vier Deutschen Theodor Meinhard, Heinrich Hoffmann, Heinrich Linn und Phillip Kirsch welche am 26 Juli 1874 im Kampfe gegen die Mucker gefallen sind R.I.P. Andenken von den Bewohnern de Colnnie São Leopoldo.”
A tradução seria “Aqui descansam os quatro alemães Theodor Meinhard, Heinrich Hoffmann, Heinrich Linn e Phillip Kirsch que, em 26 de julho de 1874, morreram na batalha contra os Mucker. Lembrança dos habitantes da Colônia de São Leopoldo”. Abaixo, no pé da lápide, aparece o nome de Jacob Schmitt, escultor da lápide.
Essa história sempre gerou controvérsias. Uma boa análise se apresenta no filme de Fábio Barreto, A Paixão de Jacobina, disponível no YouTube.
Contatos
Como boa integrante do Vale Germâncio, Sapiranga também faz ótimas cervejas! No espaço da Leoner-Haus, bar da cervejaria Leoner-Hof, fomos recebidos pelo Mauro Castellan, que é proprietário, ao lado da noiva Carolina e do cunhado Samuel Kuhsler. Com muita simpatia, Mauro nos explicou que tem a cervejaria há cinco anos – e a ideia do pub veio para agregar um espaço diferenciado na cidade.
Os rótulos autorais da empresa chamam a atenção, com destaque para a “Cidade das Rosas”, cerveja que homenageia o título de Sapiranga e que contém água de rosas e hibisco. Leve e refrescante. Adoramos! Também são autorais a “Voo Libre” e a “Picada Verão”. Todas com rótulos lindos e alegres. A Leoner-Hof integra o Caminho das Cervejarias Artesanais do Vale Germânico.
- As latas desses rótulos autorais custam R$ 10 e o chopp vai de R$ 10 a R$ 14.
- Para acompanhar as cervejas, o carro-chefe do pub é o frango frito com molho gorgonzola (R$ 20) com acompanhamento de aipim frito (R$ 18).
Adoramos ver os empreendimentos incorporando a identidade da cidade e a Leoner-Hof faz isso muito bem!
Horário de atendimento
De quartas a sábados das 18h às 23h
Domingos das 18h às 22h (não abre no último domingo do mês)
Contatos
Da história para a cultura, fomos conhecer também o Centro Municipal de Cultura Lucio Fleck, num belo e amplo teatro, que recebe as mais variadas manifestações artísticas e culturais, como teatro, dança, música, cinema, artes plásticas e exposições, além de workshops, seminários, palestras, cursos e concursos. O espaço tem acomodação de 492 lugares, sendo quatro deles para cadeirantes.
Horário de atendimento
De segunda a sexta das 12h30min às 18h30min (consultar horário em dia de eventos)
Contatos
- Outros locais de interesse são a Casa do Imigrante, o Museu Municipal Adolfo Evaldo Lindenmeyer e a Casa Johann Schmidt (no momento não há visitação na Casa, pois está em processo de restauração).
A oferta de áreas de lazer no interior de Sapiranga também é bem forte. Visitamos o camping da Família Deberofski. Na propriedade, que fica no interior de Sapiranga, em Picada Verão, fomos recebidos pelo Roberto e pelos pais Carlos e Selita Deberofski. O camping abre todos os dias do ano das 8h às 20h e recebe de 300 a 400 pessoas por dia nos finais de semana, incluindo muitos ciclistas. Assim, se quiser maior tranquilidade, vá nos dias de semana.
Há uma pequena trilha que leva para uma belíssima cachoeira, são 56m de queda e 90m de “paredão”. Poderíamos ficar a tarde toda sentindo e ouvindo o som da água!
É possível passar o dia, acampar ou escolher as cabanas, que são rústicas e simples, e quartos disponíveis – há espaço para churrasqueiras. Outra dica imperdível é aproveitar as porções de lanches feitos pela dona Selita! Comemos um delicioso bolinho de batata e um bolo de couve com cobertura de limão impecável!
- Para passar o dia: R$ 15
- Acampar: diária de R$ 20
- 4 Cabanas (para 8 pessoas): R$ 120 + taxa do camping
- 3 Quartos: R$ 70 por casal
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- Outros locais naturais conhecidos de Sapiranga são a Reserva Ecológica Picada Verão (Antiga Família Lima), o Camping do Waldomiro e o Camping da Pedra.
Os maiores eventos da cidade são realizados no Parque Municipal do Imigrante como a tradicional Festa das Rosas, a Festa do Trabalhador, a Festa da Colônia e o Acampamento Farroupilha. A obra do parque foi iniciada no final dos anos 70 e concluída nos anos 80. Com palco para apresentações, galpão de festas, banheiros, áreas cobertas para exposição e espaço para a prática de esportes e ginástica, a área conta ainda com um lago e aves, além de trilhas e áreas comunitárias. A novidade do parque é o skatepark, construído para receber competições regionais, nacionais e internacionais de skatismo, e também as quadras de esporte.
Horário de atendimento
Todos os dias das 6h às 22h
Contatos
ONDE COMER
Nosso almoço foi no Djuca Forno e Grill. O nome faz referência ao dono – o próprio Juca (Júlio) que, ao lado esposa Tania Denise dos Santos, comanda o local há nove anos – o casal já trabalha com gastronomia há 30 anos. O restaurante trabalha com buffet a quilo, pratos à la carte e rodízio (à noite).
Um dos destaques, de acordo com Tania, é o filé farcito, que é recheado com presunto e queijo ao molho de gorgonzola e quatro queijos – acompanha arroz branco, fritas e saladas. À noite, há sequência de fondue e rodízio de pizzas.
- O filé está R$ 120 (para duas pessoas)
Outro ponto de destaque/diferencial é o espaço das massas. O cliente pode escolher diferentes tipos de massa, que são cozidas na hora, com diversos tipos de molho e temperos. Massa quentinha, feita na hora (as massas também acompanham o rodízio da noite): uma delícia.
Além disso, o espaço recebe eventos de pequeno porte, como formaturas e casamentos (de 70 a 80 pessoas).
- O buffet está R$ 35 – livre / R$ 76,90 ao kg
- O rodízio custa R$ 55
Horário de atendimento
Almoço das 11h às 14h, de segunda a sábado
Jantar das 19h às 23h – todos os dias
Contatos
ONDE FICAR
Depois de subir e ver as luzes de Sapiranga, chegamos na Reserva Agapanto. Localizada a meia hora do centro da cidade, a Reserva ocupa quatro hectares e possui mais de 20 mil árvores, mata atlântica.
Um espaço que reforça a preservação ambiental e o senso de comunidade.
Os hóspedes podem colher frutas direto do pé no pomar, contemplar as estrelas em um pequeno e charmoso observatório, além de piscina, horta, áreas pra meditação e pista de caminhada. O espaço é pet friendly.
Toda a casa é equipada, – há inclusive, máquina de café na cozinha – e os hóspedes recebem enxoval completo, toalhas, lençol, etc.
A diária é de R$ 580 pela casa – o espaço recebe até seis pessoas (e é necessário reservar, no mínimo, duas diárias). Não há cobrança de taxa de limpeza. Por estar no meio da mata nativa, não recebe crianças. A internet é via rádio, mas funcionou bem quando usamos.
A proprietária nos recebeu com mimos e sentimos o cuidado em cada detalhe preparado pra gente! De fato, uma imersão em meio à natureza.
Reservas e detalhes pelo Instagram: @reserva_agapanto
Esta é uma série sobre os nove municípios que integram o Vale Germânico: Araricá, Campo Bom, Dois Irmãos, Ivoti, Morro Reuter, Novo Hamburgo, Santa Maria do Herval, São Leopoldo e Sapiranga.
Viajamos a convite do Vale Germânico e contamos com o apoio das Prefeituras/ Secretarias de Turismo dos municípios envolvidos e Sebrae RS.
Agradecemos pela receptividade da Secretária Municipal de Turismo, Cultura e Desporto Roberta Elisabeth Rothen e da assessora Letícia Inês Schumacher.
Confira as demais atrações desta bela região gaúcha:
- Santa Maria do Herval – Natureza e Cultura no Vale Germânico – RS
- Morro Reuter – a Cidade da Lavanda
- Dois Irmãos – Um Doce de Cidade – Vale Germânico – RS
- Ivoti – a Cidade das Flores
- São Leopoldo – Berço da Imigração Alemã – Vale Germânico – RS
- Campo Bom, cidade da primeira ciclovia da América Latina – Vale Germânico – RS
- Araricá, a cidade das azaleias – Vale Germânico – RS
- Novo Hamburgo, uma cidade completa – Vale Germânico – RS
Importante:
O Viajante Maduro viaja como ideal de vida e profissão.
A opinião aqui expressa é a nossa verdade!
A série de textos sobre o Vale Germânico contou com a produção textual da publicitária Alexandra Ungaratto e fotos e vídeos da futura publicitária Lúcia Fávero Moraes, mas com nosso acompanhamento e, principalmente, nossa experiência e vivência.
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Esperamos que tenham gostado desta postagem, que teve sua elaboração feita com muito carinho e atenção. Queremos compartilhar nossas experiências com o objetivo de ajudar aos nossos leitores a terem experiências e vivências memoráveis em suas viagens, como nós.