Depois da passagem por Portugal, onde celebramos com os filhos os 70 anos do Rômulo e o casamento da Ana Terra, seguimos viagem sozinhos, com uma malinha de mão e a perspectiva de ficar dois meses viajando, sem programação prévia.
Pegamos um voo de Lisboa até Roma e, após conexão, seguimos para a Sicília.
Chegamos a Sicília pelo aeroporto de Palermo. Fomos recebidos com a intensidade deste território.
Um alarme disparou no aeroporto. Ensurdecedor!!! Muitas pessoas, uma confusão, un casino, como dizem aqui.
Eu e o Rômulo nos olhamos e afirmamos: “chegamos na Sicília”. Eu já havia vindo há uns 20 anos e queria muito trazer o Rômulo para esta outra Itália. Intensa, vibrante!
Um lugar de imensos e importantes patrimônios, belíssimas paisagens com o Mediterrâneo ao fundo, animadas pessoas.
Mas também de muito lixo nas ruas e prédios históricos mal conservados.
Em qualquer senso, nos sentimos seguros. Ainda que seja bom estar atentos.
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Palermo (primeiro dia)
Em nosso primeiro dia passeamos por Palermo. Adoramos conhecer o Teatro Massimo, a Catedral de Palermo, mas também outras tantas igrejas, reconhecer cenários de filmes, revisitar o imaginário das ruelas, com roupas no varal.
O Teatro Massimo (cujo nome completo é Teatro Massimo Vittorio Emanuele). Ele é o maior teatro da Itália e o terceiro da Eurora, tendo sido inaugurado e 1897. Percorrer o interior desse magnífico prédio é quedarmos com a criatividade e a qualidade das construções do passado. Esse teatro é um conjunto arquitetônico de grandeza ímpar, possuindo um perfil muito próprio.
A Catedral de Palermo (Virgen de la Asunción), localiza-se na área sagrada mais antiga da cidade, onde os fenícios, romanos, bizantinos e árabes já haviam construído seus locais de culto. Os normandos, que chegaram ao poder, imediatamente tiveram o cuidado de substituir a mesquita muçulmana por uma igreja cristã. Em 1184, o arcebispo de Palermo, Gualtiero Offamilio, mandou demolir o edifício e ordenou que se iniciasse a construção de uma estupenda catedral, símbolo do poder religioso na cidade. Pouco depois de um ano, a igreja foi consagrada e intitulada à Virgem da Assunção.
Também nos encantamos com monumentos, com outros prédios, como o O Teatro Politeama Garibaldi. Aliás, este personagem que dá nome a nossa cidade está bem representando (e adorado) por aqui.
Bagheria, Castelbuono e Cefalù (segundo dia)
Conhecer Bagheria foi um dos principais pontos, desta viagem para a Sicília. Nesta cidade, no Século XVIII, os aristocratas de Palermo construíram 20 Vilas para descansarem no clima favorável de Bagheria.
Uma das vila ícones é a Villa Palagonia, que possui inúmeras estátuas estranhas em forma de pessoas, monstros e seres deformados em seu exterior, além de estátuas e mensagens em seu interior, como a sala com pequenas figuras da época antiga e a sala dos espelhos.
Em Bagheria também visitamos a Villa Catolicca (nome da cidade do primeiro proprietário – um rei), um prédio também construído no Século XVIII e que possui grande acervo do famoso pintor Ricardo Guttuso e outros pintores e escultores.
De Bagheria nos dirigimos para Castelbuono, uma pequena cidade, para saborear um “panino’ servido pelo simpático Vicenzo e sua esposa Marienza.
Foi uma experiência única, que nos proporcionou preciosas conversas, sobre o valor da simplicidade, dos encontros, da boa comida. “Se não sabes a origem e a função do que comes, do que adianta saber sobre as coisas do mundo. A comida é vida, diz Vicenzo, ao que sua esposa Mari afirma, “E o amor é o alimento da vida”. Bravi!!!!
Nesta cidade também visitamos o Castelo que foi construído no Século XII e em sua capela se encontra a mandíbula de Santa Ana, avó de Jesus.
Entramos na capela, mas aquela relíquia encontra-se no altar, não sendo possível visualizá-la – ela é somente visualizada uma vez por ano, em uma procissão da região.
No fim do dia visitamos o antigo município de Cefalù. Essa comunidade, localizada à beira do mar, possui construções antigas e uma espetacular Catedral (de 1.131).
Passeamos por suas ruelas apertadas imaginando as pessoas que aí viveram há mais de 500 – 1000 anos, foi emocionante, ainda mais quando a banda da cidade aparece tocando em uma estreita rua, se dirigindo para a praça principal, seguida pelos presentes. Parecia que estávamos vivendo um filme!
Agradecemos pelo casal do Vento di Scirocco e Grecale pelas preciosas dicas.
Monreale e Piana Degli Albanese (terceiro dia)
Cada dia na Sicília é intenso! Para isso precisamos nos abrir para o novo, diferente, inusitado!
Monreale, pequena cidade, é encantadora com as suas ruelas antigas. Mas, o mais impactante é a sua Catedral (Duomo di Monreale), que é uma estupenda construção sacra originada da cultura normanda na Sicília.
Essa Catedral iniciou sua construção em 1174 por Guilherme II da Sicília. Diz a lenda que essa grandiosa obra se deu em razão de um sonho que Guilherme II teve com a Virgem Maria naquele local, quando ela lhe informou que se escavasse ali encontraria um tesouro de moedas de ouro, as quais foram empregadas na construção daquela Igreja. A Catedral é espetacular, com toda a sua parte interna coberta com mosaicos construídos por mestres árabes, venezianos e bizantinos, cujo valor artístico é excepcional. É com muita dificuldade que se descreve essa maravilhosa Catedral, a mais linda e artística que conhecemos até agora.
Depois de Monreale, deslocamo-nos para Piana degli Albanesi para almoçar na Antica Trattoria San Giovanni, recomendada pelos nossos anfitriões Salvatore e Chiara. A comida foi muito bem preparada e deliciosa, e ficamos encantados com a receptividade de Marco e Adriana, proprietários daquele estabelecimento.
Descobrimos que aquela cidade foi fundada no século XV por imigrantes albaneses que fugiram do Império Otomano e até hoje a maioria dos seus habitantes falam, além do italiano, o albanês. Eles se consideram albaneses de alma. As indicações de ruas e demais informações na cidade são escritas em italiano e em albanês. O que nos impressionou deveras é que eles, mais de 500 anos depois, mantém viva a língua albanesa, e muitos deles nem sequer conhecem a Albânia.
Ainda lá compramos o famoso doce Cannoli, que dizem ser o melhor da Sicília.
Finalmente, visitamos o Museu da cidade, onde a simpática Maria Luisa nos guiou com a história da cidade e dos seus cidadãos.
Ao final ainda nos emocionamos ao visitar o monumento em homenagem aos mortos na tragédia de 1² de Maio de 1947, na “Portella dela Ginestra”. Triste capítulo deste acolhedor lugar.
HOSPEDAGEM
Para visitar essa região nos hospedamos em Santa Flávia, em um Airbnb, o Vento Di SCirocco e Grecale. A cidade tem poucos turistas, uma praia muito procurada pelos sicilianos. Adoramos a hospedagem da Chiara e do Salvattore, que nos indicaram os melhores locais para visitar e, obviamente, bem comer! Eles foram fantásticos!
ASPECTOS NEGATIVOS
Esse lugar é especial, vibrante. Mas, infelizmente, o lixo ainda é um problema. Vimos vários lugares com acúmulo de sacos de lixo, que são jogados sem o menor escrúpulo. Também há ruas sem conservação, sem ajardinamento, sem cuidado.
Então, apesar de adorarmos a Sicília e de entendermos essa região como uma das mais hospitaleiras, há estes problemas.
Muitos nos perguntaram sobre a Máfia, essa ainda existem, nos contam, mas está bem mais discreta, como muitas organizações criminosas que existem no mundo, infelizmente.. De qualquer forma, sua presença é lembrada em vários monumentos erguidos em memória dos mortos na luta por controlar esta organização.
Importante:
O Viajante Maduro viaja como ideal de vida e profissão.
A opinião aqui expressa é a nossa verdade!
Esta matéria contou com a colaboração da futura publicitária Lúcia Fávero Moraes.
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Esperamos que tenham gostado desta postagem, que teve sua elaboração feita com muito carinho e atenção. Queremos compartilhar nossas experiências com o objetivo de ajudar aos nossos leitores a terem experiências e vivências memoráveis em suas viagens, como nós.