Descobrindo Marrakesh – Marrocos – África

Chegando em Marrakesh – Marrocos

Chegamos ao Marrocos, localizado no Norte da África. E a experiência de estar neste país, em uma de suas cidades que possui patrimônio da humanidade, foi intensa! A profusão de sons; as inúmeras motocicletas disputando caminho com caminhantes, bicicletas e carros; o entoar do muezin chamando para as orações nas mesquitas; o calor e o sol, o vento… Estar aqui é estar em um lugar único!

Talvez seja essa a razão de termos mudado de planos e incluído uma passagem por Marrocos, nos deslocando da Europa. Entre o sonho de conhecer esse lugar e uma passagem promocional, desde que com escala na Turquia, a decisão foi tomada, mas sem maior planejamento.

Agora, aqui, estamos desbravando primeiro Marrakech, nos hospedamos em um riad (antigos prédios, com jardim central, transformados em hospedagem) na medina, cidade murada medieval que data do Império Berbere, com ruas labirínticas, onde souks (mercados) agitados vendem tecidos, cerâmica, joias tradicionais, bijouterias, comidas, madeiras e tudo o que se possa imaginar.

A Medina de Marrakesh

O Guia Mustafa (contratado via Siroco Tours agência de turismo) que nos acompanhou explicou que a Medina é enorme, possui 600 hectares. Importante esclarecer, a Medina é a cidade antiga de Marrakesh, um aglomerado urbano organizado dentro de muralhas, O emaranhado de ruas, ruelas e becos, faz das medinas um autêntico labirinto que faz com que um simples passeio se torne, por vezes, num verdadeiro quebra-cabeças. Além da Medina, Marrakesh possui a ‘cidade nova’, que fica fora das muralhas.

E é justamente o emaranhado de ruas, ruelas e becos, que faz das medinas um autêntico labirinto, o que abriu espaço para espertalhões bancarem os ‘guias’ e cobrarem por qualquer informação. Por outro lado, é mágico caminhar por essas ruelas, vendo todo o movimento local e o forte e muito presente comércio.

Importante esclarecer a importância de Marrakesh na história da humanidade. Ocorre que, por muito tempo, a cidade foi o centro político, cultural e econômico do mundo muçulmano ocidental.  Fundada pelos almorávidas em 1070-72, foi tombada como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985 e possui alguns locais icônicos como a Mesquita Koutoubia e a maior praça do Norte da África, a Jamaa El Fna. Entitulada de “A Cidade Vermelha”, ainda abriga alguns dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica do país, como as Tumbas Saadianas, e palácios históricos, como o Palácio Bahia.

Obs.: Marrocos é o lar de 10 locais do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Praça das “Ferblantiers”

O primeiro ponto visitado foi justamente a Place des Ferblantiers, hoje um misto de especiarias, artesanato, restaurantes e cafés.  Chamada de “ksadria” em árabe, a praça deve seu nome às oficinas de funilaria, o artesanato de ferramentas de folha-de-flandres, que ali se estabeleceram há séculos.

A área da praça é peadonal, não passam veículos, o que garante o conforto para uma caminhada ou refeição.

Palácio Bahia

O segundo local visitado em nosso tour, guiado pelo guia Mustafa da @sirocotour, foi o Palácio Bahia, do século XIX, encomendado pelo grão-vizir (o braço direito do Rei) Sidi Moussa. Esse patrimônio, mistura de arquitetura mourisca e islâmica, é uma das principais atrações turísticas e arquitetônicas do país.

Durante o reinado do sultão Hassan 1º, o vizir Si Moussa decidiu construir um grande riad em Marrakech entre 1866 e 1867. Seu desejo era ter o edifício mais luxuoso do país.

Seu sucessor, o vizir Ahmed Ben Moussa, construiu a parte sul do palácio, ampliando a área para oito hectares. Nos lembra a “Mil e Uma Noites” percorrer seus pátios (riads), salas e áreas íntimas, imaginando que lá morava o vizir, com suas muitas esposas e filhos, um verdadeiro harem, com hammams (banhos), mesquitas e muita beleza nos detalhes decorativos. Ah, ele deu ao edifício o nome de sua amante favorita: La Bāhiya, que significa “La Belle” em francês.

No Jardim Exótico há árvores como bananeiras, hibiscos, jasmim e outras espécies. Já no Jardim Islâmico o destaque são as plantas úteis na cozinha, ou seja, muitos temperos, limões e chás.

Hoje, o edifício é um centro cultural marroquino, aberto durante todo o ano. Excepcionalmente, ocorrem eventos e exposições de arte.

O horário de visitação do Bahia Palace é das 9h às 17h. A visita custa 70 dirhams por pessoa. O que corresponde a, aproximadamente, 7 euros.

Praça Jemaa El Fna e os Souks

Estamos no coração da Medina, a Praça Jemaa El Fna, onde tudo ocorre. Uma profusão de sons, cores e odores nos desperta os sentidos. Os cafés, inclusive alguns históricos como o francês, disputam a área com os encantadores de serpentes, as banquinhas de sucos, os vendedores de tudo quanto é coisa, as pintoras de hena, os turistas e os moradores. A área possui boa vigilância, então é tranquilo estar aqui. Isso não impede o assédio dos vendedores, mas tudo certo. Seguimos caminhando até os Souks, a grande área de comércio, onde se encontram muitas divisões, não mais tanto pelo tipo de produto, como era no passado, mas sim pelos bairros e portões. Um verdadeiro emaranhado de ruelas, onde o espaço é disputado pelas bancas, pessoas, motos e bicicletas. Aqui ainda vale a barganha do preço, mas nem todos estão aceitando. Em alguns casos, informam que é ‘o preço marroquino’ e não abrem a negociação.

Com a ajuda de nosso guia Mustafa, da agência Siroco Tours,  fomos em busca de um tecido para fazer o lenço que queremos usar no deserto, afinal não é todo dia que se vai para o Saara e em nosso imaginário há que se usar o ‘turbante’, ou o hijab. Pesquisa de preço feita, ele nos ensinou a amarrar o lenço e nos divertimos com vendedor e guia afirmando que o Rômulo parecia “Omar Sharif”. Nos deu vontade de rever Lawrence da Arábia.

Ah, fomos ‘encantados’, pelos encantadores de serpentes e fizemos a ‘clássica’ foto, mesmo pensando no bem-estar das bichinhas. Bom saber que para isso deve-se pagar, já que é o trabalho deles. Algo em torno de 2 euros.

Ainda vamos querer voltar à noite! VOLTAMOS! E adoramos! Caminhamos pela praça, agora cheia de barracas, vendendo muita comida. Vimos inúmeras apresentações de artistas, dos mais diversos e exóticos estilos. Subimos no Café Fica ainda mais mágica. E toda essa ‘função’ da praça é tombado como patrimônio histórico imaterial pela UNESCO.

Le Jardin Secrets – O Jardim Secreto

Visitamos o palácio privado, que possui belos jardins, sim, mas chama muito atenção a arquitetura do palácio e o sistema de irrigação.

Reconstruído no século XIX, durante a dinastia Saadiana, por um influente caïd do Atlas, o Le Jardin Secret foi o lar de algumas das maiores figuras políticas de Marrocos e Marrakech.

Restaurado recentemente, apresenta arquitetura islâmica e faz parte da grande tradição dos palácios árabe-andaluzes e marroquinos.

As origens do Jardim Secreto remontam à segunda metade do século XVI, quando o sultão saadiano Moulay ‘Abd-Allah empreendeu a urbanização do que é hoje o distrito de Mouassine. Infelizmente o palácio foi destruído no final do século XVII, após o declínio da dinastia Saadiana. Por volta de meados do século XIX, o caïd al-Hajj ‘Abd-Allah U-Bihi tomou posse do terreno e construiu um novo palácio, com a mesma disposição do anterior.

Característica comum dos jardins islâmicos, no coração do Jardim Secreto está uma nascente e ali se encontram fontes e bacias de mármore. O material do Jardim ressalta que a civilização muçulmana também considera a água como um símbolo de vida e um sinal da existência e poder de Deus, e o paraíso é descrito no Alcorão como “jardins sob os quais correm riachos”. O Palácio abre durante o ano todo, das 9 às 18h30min (há alguma variação de horário, de acordo com a estação). Preço total: 80 dirhams

Fizemos o tour com o guia de turismo Mustafa da Siroco Tours.

Jardins Majorelle

O sol estava escaldante e o termômetro já marcava 42 graus, mas não queríamos perder a oportunidade de conhecer este jardim mais moderno, adorado pelo estilista Yves Saint Laurent e por seu esposo e sócio Pierre Bergé. Fomos de táxi, desde a Medina, pois este atrativo fica na ‘parte nova’ da cidade de Marrakesh.

O Jardim, projetado pelo pintor francês Jacques Majorelle em 1922, se estende por 9.000 m2, é místico e encantador. Seu desenvolvimento, como laboratório e santuário de plantas nativas e exóticas, levou quarenta anos, criando um complexo cercado por muros e por um labirinto de vielas que se cruzam, junto aos edifícios de estilo mourisco art déco em cores fortes, onde o azul cobalto se destaca.

Impressionante saber que, em 1980, Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, que descobriram Marrocos em 1966, salvaram o Jardim de sua destruição, já que seria instalado um hotel em seu lugar. O adquirem e decidem morar na villa do artista Jacques Majorelle, renomeada Villa Oasis.

“Durante muitos anos, encontrei no jardim Majorelle uma fonte inesgotável de inspiração e muitas vezes sonhei com suas cores únicas”.
Yves Saint Laurent

Ainda no Jardim, aproveitamos para visitar o Museu Berbere, inaugurado em 2011. sob o Alto Patrocínio de Sua Majestade o Rei Mohammed VI. O Museu é fantástico, mas não pode ser fotografado. Apresenta um panorama da extraordinária criatividade deste povo, o mais antigo do Norte de África, com mais de 600 objetos coletados por Pierre Bergé e Yves Saint Laurent.

 “Desde minha chegada a Marrakech em 1966, nunca deixei de ser fascinado pela cultura e arte berbere. Ao longo dos anos, colecionei e admirei esta arte que abrange vários países ao mesmo tempo.
Com razão, os berberes sempre se orgulharam de sua cultura, que nunca deixaram de reivindicar, apesar das vicissitudes que enfrentaram. Em Marrakech, país berbere, no Jardim Majorelle criado por um artista que pintou tantas cenas, homens e mulheres berberes, é natural que a ideia deste Museu se imponha.
” – Pierre Bergé

  • O Jardim Majorelle está aberto todos os dias. O custo é 120 DH (por volta de 12 euros)
  • Das 8h às 18h30. Último acesso às 18h.
  • O Museu de Artes Berberes Pierre Bergé está aberto todos os dias. O custo é 30 DH (por volta de 3 euros)
  • Das 8h às 18h. Último acesso às 17:30.

Gostou de conhecer Marrakesh conosco. Sim, é uma cidade intensa, caótica, mas inesquecível.


Importante:

O Viajante Maduro viaja como ideal de vida e profissão.

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Esta matéria contou com a colaboração da publicitária Lúcia Fávero Moraes.

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