DIA 21 DE JANEIRO: UM DIA SINGULAR!
De Milão, nosso próximo destino era Paris, na França. Chegamos com boa antecedência na Estação Férrea, para tomar o trem cujas passagens já havíamos comprado no Brasil. Adquirimos, via internet, duas passagens, em promoção, na primeira classe, direto com a SNCF. Assim, entramos no trem e, durante algum tempo de viagem, ficamos sós no vagão. Fizemos fotografia, brincando que havíamos comprado todo o vagão de primeira classe para nós.
Convém lembrar que, quando adentramos no vagão de primeira classe e escolhemos dois lugares para sentar, em seguida quatro senhoras italianas também entraram e argumentaram que estávamos sentados nos lugares delas, pois, como havia o vagão praticamente vazio, escolhemos os que consideramos os dois melhores lugares. Então, voltamos a outros lugares no vagão. Passados alguns minutos, as senhoras italianas deram-se conta de que estavam no vagão de primeira classe, quando tinham comprado na segunda classe. Todos rimos muito e ajudamos as simpáticas senhoras a descer as suas malas dos porta-malas, e elas foram para o último vagão, que era de segunda classe.
Então, voltamos a ficar sozinhos no vagão de primeira classe (que não difere muito da segunda classe, a não ser pelo fato de ter serviço de bordo).
Passado algum tempo (não muito, em torno de uma hora de viagem), vieram dois fiscais de bilhetes para conferir nossa passagem. Eles examinaram nossos bilhetes e, para nosso espanto, comunicaram que estávamos viajando no dia errado. Ou seja, o bilhete era para a viagem do dia seguinte, dia 22 de janeiro! Conferimos com eles o bilhete, e, realmente, tínhamos nos equivocado (já devíamos estar sentindo os efeitos da longa viagem). No entanto, a hospedagem em Paris estava programada para o dia 21 de janeiro.
Conversamos com os fiscais, perguntando se poderíamos continuar a viagem nos mesmos lugares, uma vez que não havia mais ninguém naquele vagão, ao que eles nos informaram que o trem tem diversas paradas, com a entrada de mais passageiros, e todos os lugares já estavam vendidos, inclusive os de segunda classe. Os fiscais, muito atenciosos, pesquisaram o sistema e verificaram que no último vagão de segunda classe havia dois lugares vagos, então, poderíamos ir para lá. Foi o que fizemos, agradecendo, imensamente, por não nos expulsarem do trem.
Quando tudo nos parece dar errado
Acontecem coisas boas
Que não teriam acontecido
Se tudo tivesse dado certo.
Para entender esse último vagão, ele é composto de muitos lugares e tem uma última repartição nele, no final, que é separada e cabem mais seis lugares. Foi lá que nos instalamos.
Ao passarmos nesse vagão de segunda classe, encontramos as quatro senhoras italianas que haviam se enganado de vagão e contamos que tínhamos errado o dia da viagem. Elas e nós rimos muito disso. Sabe como são os italianos quando riem. A situação ficou muito engraçada e solidária.
Ao chegarmos naquela repartição do último vagão, havia dois rapazes egípcios, os demais lugares estavam vazios em função de que iriam ser preenchidos pelos passageiros ao longo do trajeto.
Quando o trem entrou na França, entraram em torno de quatro policiais solicitando a documentação dos passageiros. Quando chegou a nossa vez, uma enorme policial solicitou nossos passaportes, ao que fizemos prontamente. Solicitou, também, os documentos de um dos egípcios e ficou examinando-o em detalhes, inclusive contra a luz. Quanto ao segundo egípcio, ao ver a documentação dele, pediu mais informações a ele, conversou de forma desconfiada com ele. Por fim, chamou mais os outros três policiais, os quais revistaram e conversaram com esse egípcio de forma um tanto ríspida, e, em seguida, o retiraram do trem (não sabemos o que houve).
No entanto, enquanto os policiais averiguavam a situação dos egípcios, principalmente do segundo, coisas passavam na nossa cabeça em função dos atentados que estavam ocorrendo na França. O Rômulo, brincando, ficou imaginando que seria o cúmulo da má sorte errar o dia do trem, aí sairmos do primeiro vagão e irmos para a repartição do último vagão, e, nesse pequeno espaço, verem a notícia de dois brasileiros serem explodidos com dois egípcios. Mas, brincadeiras à parte, todo o resto da viagem para Paris transcorreu normalmente, no entanto, sem um dos egípcios, pois ele foi retido pela polícia francesa.
Bem, o dia 21 de janeiro ainda não havia terminado. Tem mais.
Chegamos à hospedagem de Paris, após tomarmos dois metrôs franceses e entendermos como é funcional o sistema de transportes por lá, e, lá, imediatamente fomos verificar qual seria a noite em que assistiríamos o show do Moulin Rouge. Havíamos comprado no Brasil as entradas, com direito a jantar. Quando fomos conferir a data do show, vimos que havíamos comprado o show para o dia 20 de janeiro, ou seja, estávamos um dia atrasados. Em resumo, o nosso bilhete estava vencido (sim, até turismólogas atentas e detalhistas erram um dia. Considere que a viagem durou 54 dias e que foi elaborada durante as madrugadas e domingos de folga)!
A verdadeira arte de viajar…
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali…
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Mas, apesar de chateados com isso, não esmorecemos e, após localizar o endereço do Moulin Rouge, para lá nos dirigimos, numa longa e rápida caminhada, com a esperança de sensibilizar aquela organização e que ela nos permitisse assistir ao show em outro dia. Chegamos, naquela tarde, na bilheteria, e uma moça muito simpática que falava, inclusive, o espanhol, nos atendeu. Contamos a nossa história. Ela nos ouviu, ficou sensibilizada, e contatou com o chefe dela. O contato com o chefe dela foi assistido por nós através do vidro. Estávamos apreensivos. Após uma interminável conversa com o chefe dela, ela chegou ao guichê e nos informou que ele autorizou a remarcação de nossas entradas, desde que nós fôssemos naquela mesma noite, dia 21 de janeiro, ao que imediatamente concordamos. Agradecemos penhorados à moça e fizemos sinal de agradecimento ao seu chefe, que nos deu um belo sorriso de compreensão.
Saímos dali e nos dirigimos para a hospedagem (AIRBNB) a fim de nos aprontar para o show daquela noite no Moulin Rouge, felizes por estarmos terminando bem o dia 21 de janeiro. No meio do caminho, paramos em um restaurante libanês, e o Rômulo, mais relaxado, comeu lautamente.
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Assim, embora esses dois percalços causados por nossos equívocos, conseguimos terminar o dia de forma maravilhosa, pois o show que assistimos no Moulin Rouge foi fantástico, indescritível.
Sugerimos que, ao virem a Paris, assistam ao Moulin Rouge, pois o profissionalismo dos dançarinos e das dançarinas é algo impressionante. O show possui inúmeras apresentações, inclusive com equilibrista e ventríloquo.
Assistimos ao espetáculo Ferrie. Duas horas que não são percebidas, dado o encantamento! Não são permitidas fotos, mas foi possível fazer esta, antes do espetáculo iniciar e do público ocupar as mesas (sempre lotadas).
Logo mais contaremos outras histórias de Paris. Como estas, tudo certo! 😉
De tudo, uma certeza! ‘tudo vale a pena, quando a alma não é pequena’, diria Fernando Pessoa. E eu diria, tudo fica mais fácil quando temos alguém tão especial ao nosso lado! Grata, Rômulo pela compreensão! Parceiro de viagem, na alegria e na tristeza, nos acertos e nos erros… e até na redação desta história! <3
Se vai dar certo?
Eu não sei dizer
Se vai dar errado?
Farei de tudo para não acontecer
Se chegaremos a algum lugar?
Só o destino pode prever
E o que posso te falar?
Eu amo VOCÊ!
CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA:
No início de 2017 nos permitimos vivenciar uma experiência por 4 países da Europa. Veja post aqui e conheça nossa história.
Em janeiro passamos 16 dias aproveitando o Norte da Itália. Iniciamos por Milão, passando por Verona, Valpolicella, Conegliano, Padova, Bolonha, Ferrara, Siena e outras várias cidades da Toscana, Gênova, Bra e outras cidades do Piemonte, finalizando em Milão, novamente. Daqui partimos para a França, depois Espanha e Portugal, totalizando 54 dias de viagem.
IMPORTANTE:
A opinião aqui expressa é a nossa verdade! A autoria das fotos é de Ivane Fávero, com exceção das fotos com autoria mencionada.
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Esperamos que tenham gostado desta postagem, que teve sua elaboração feita com muito carinho e atenção. Queremos compartilhar nossas experiências com o objetivo de ajudar aos nossos leitores a terem experiências e vivências memoráveis em suas viagens, como nós estamos tendo.
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A felicidade não é uma estação onde chegamos, mas uma maneira de viajar.