Em nossas vidas, onde o trabalho sempre foi o sustento da grande família e o período de férias foi tendo, paulatinamente, o seu tempo reduzido. Há alguns anos, uma semana no verão e uma no inverno era o possível. No verão de 2016 decidimos passar uma semana juntos (o casal) e uma semana com os filhos. Como o tempo era curto, elaborei um roteiro em que não gastássemos tempo no deslocamento, sendo que faríamos o percurso de carro. Também priorizei usufruirmos ‘uma outra Serra Gaúcha’, saindo dos já consagrados destinos Gramado, Canela e Bento Gonçalves. Já que economizaríamos no deslocamento, definimos investir um pouco mais na qualidade das hospedagens e pude realizar o sonho de conhecer excelentes ofertas de nosso Rio Grande do Sul.
Apresentamos, nesta primeira postagem, uma sugestão para casais vivenciarem uma aprazível semana pela Serra Gaúcha, onde o romantismo é a tônica da experiência. Esperamos que, como nós, retornem com os ânimos renovados e a união fortalecida!
1º dia
Para começar, definimos visitar a querida cidade de Guaporé, destino de turismo de compras. Lá pudemos fazer umas comprinhas e renovar os lingeries do casal (quer coisa mais interessante?). Gosto muito mais de fazer as compras no centro da cidade do que no Shopping da Rodovia. Aproveitamos e caminhamos pela belíssima praça, passamos pela linda Igreja e aproveitamos para voltar a admirar os belíssimos vitrais. Após, uma parada para o almoço. Optamos pelo simpático Restaurante Pavoni, localizado na Rua Dr Júlio Campos, 531, Centro de Guaporé, fone 54.3443.6547, simples e rápido serviço de buffet.
De lá nos dirigimos até a graciosa Vila Flores, esta pequena cidade da Região Uva e Vinho. Hospedamo-nos na Pousada dos Capuchinhos (Rua do Seminário, 290 – 54.3447.4700). A Pousada situa-se num antigo mosteiro Capuchinho, reformado para se transformar numa proposta de hospedagem que valorizasse a história do lugar e permitisse o descanso com pleno conforto e sossego. Cumprimentos a Marcelo Nedeff, arquiteto desta joia. Parabéns à congregação, que possibilita a manutenção das suas construções por meio de uma atividade que dinamiza a economia local, com sustentabilidade. De fato, há um pequeno tesouro para se descobrir entre Veranópolis e Nova Prata e ele se chama Vila Flores. Em breve, inaugurarão as águas termais. Mas não precisa esperar até lá. Vale se hospedar lá, desde já, provar os vinhos produzidos pelos freis capuchinhos, degustar a gastronomia da região, se deliciar no café da manhã e descansar no Claustro Piccolo Giardino, ao som de cantos gregorianos, usufruindo a excelente infraestrutura do hotel. Paz e bem! Ah, e vale a pena levar na mala alguns vinhos e licores que eles produzem.
Restaurante Empório São João
Jantamos no Empório São João. Um pequeno restaurante da vizinha Nova Prata. Pertenceu ao Marcelo Nedeff, que o decorou com três áreas, a da religiosidade, a da música e a da cozinha. Tudo ricamente composto. Agora a chefe de cozinha é a responsável pela casa. Risotos, massas, vinhos e cervejas artesanais, tudo muito bom. Aproveito para postar a foto do pórtico de Nova Prata, que considero um dos mais lindos do RS. Jantar no Empório São João, em Nova Prata. Reservar (54) 3242.1331
2º dia
Ao andar, só ande, Ao sentar, só sente, Principalmente, não vacile! (Mestre Ummon)
No domingo deixamos Vila Flores e a encantadora Pousada Santo Antônio, dos Capuchinhos, rumo a São José dos Ausentes. Optamos por um caminho desconhecido, sempre procurando conhecer novos lugares e paisagens. Passamos pelos municípios de Protásio Alves, Ipê, Bom Jesus, até chegar ao nosso destino. Capelas centenárias, cascatas e muito verde! Percorremos dois trechos de estrada de chão, não tão boas, mas faz parte da aventura.
Na entrada de São José dos Ausentes há um Centro de Atendimento ao Turista, bem estruturado e com bom atendimento. De lá, descobrimos que nossa pousada (Pousada Monte Negro – 54.99782299 – com pensão completa. Fazenda Montenegro, 100 – Zona Rural, São José dos Ausentes) ficava a mais de 20 km de estrada de chão, próximo ao Monte Negro. Lá fomos! Chegando, a agradável surpresa de um lindo lugar, um oásis. Nem almoçamos para poder aproveitar a tarde.
Subimos, a cavalo, ao Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul (1.400 m de altitude). Mais de 5 km de cavalgada.
Ao chegar no topo, a visão é deslumbrante! Nos fez sentir mais perto de Deus, do universo, pequenos e grandes, ao mesmo tempo, já que nos integramos em harmonia com a magnitude da natureza que avistávamos!
Retornamos, energizados e optamos por uma caminhada pela área da pousada. O lugar é simples, rústico, mas muito bem organizado e estruturado.
À noite, servem o jantar no galpão, onde é possível conversar com o pai e com os 5 filhos que mantêm o lugar. Histórias em prosa e verso! Descansar se fez necessário. Ao amanhecer, a percepção de que o corpo possui mais músculos do que imaginava. A cavalgada, para quem é inexperiente, como eu, pode deixar marcas, mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena e a natureza é tão magnífica!
3º dia
Tudo o que via me convidada a viajar e estava tão possuído pelos deuses que não podia dominar meus pensamentos (Matsuo Bashô – 1944-94).
Está motivado para viajar? Quer dicas de hotéis? Reserve já seu hotel e garanta os melhores preços! Clique aqui!
Após o café da manhã campeiro, rumamos para o novo destino: Cambará do Sul! Amo esta cidade, seus cânions (Itaimbezinho e Fortaleza) e, há tempos, queria experienciar uma das pousadas mais encantadoras de nosso Rio Grande do Sul, o Parador Casa da Montanha (Estrada do Faxinal, 429 – Morro Agudo – Cambará do Sul).
A hospitalidade levada a sério, com a rusticidade e o conforto em harmonia. A proposta das barracas é fantástica! Inspiradas na vivência que os proprietários tiveram na África (mas produzidas aqui). Sentimo-nos mais próximos da natureza, sem perder o conforto que a idade já começa a exigir.
Poder caminhar pelos Campos de Cima da Serra, tomar um banho de cachoeira, ser acarinhado com um chá da tarde, jantar degustando a gastronomia do restaurante local, com vista para a paisagem iluminada pelo luar, são algumas das experiências oferecidas pelo lugar.
Um cartão de boas vindas, outro com os desejos de boa noite e o kit despedida, com água, maçã e barrinha de cereais, são algumas das pequenas delicadezas que fazem a diferença!
4º dia
Os homens caminham e admiram montanhas altaneiras e mares imensos, torrentes estrondosas, o oceano e o curso das estrelas e esquecem assim do seu ego (Santo Agostinho).
Vegetação, água, pedra, ar, tudo em harmonia, mesmo quando uma torrente de água traz as pedras dos cânions que emolduram o lugar e as fazem correr pelo leito do rio, derrubando a vegetação, até se transformar na areia de nossa costa. Estamos em Praia Grande, Santa Catarina, a uma altitude de 90 metros do nível do mar. Acima de nós, os cânions do Rio Grande do Sul, onde estávamos. Deixando Cambará, rumamos para cá numa estrada de chão, de poucos quilômetros, mas muita pedra e chão. Chamou-nos a atenção o fato de que, na parte de Santa Catarina, as obras avançam, com recursos do BID. No Rio Grande do Sul, nada. Mas voltemos ao lugar que agora estamos.
O Pedra Afiada Refúgio Ecológico surgiu em 2001, um linda ideia posta em prática. Acompanhei mais de perto esta história quando, em 2008, coordenei o Projeto Aventura Segura, como gestora de turismo do Sebrae Serra Gaúcha. A Caá-etê, na época à frente da operação, participou do projeto. Atualmente, os proprietários, Ana Aveline e Jean Perrot, procuram formar uma equipe com a ‘cara do lugar’.
A recepção é ‘alternativa’, é importante saber disso. O lugar, com pousada, restaurante e expedições, é para quem aprecia o contato com a natureza e curte uma postura mais informal.
As atividades são diversas e vão desde as trilhas, passeios de quadriciclo, lual, cine, rapel, etc, dependendo do dia e do número de interessados.
A relação custo-benefício pode não agradar a todos, mas, com certeza, é uma vivência que vale a pena para quem busca uma experiência de turismo sustentável, que valorize a VIDA e que, além disso, contribua com a preservação da exuberante NATUREZA local.
5º dia
Alguns lugares nos tocam a alma. Isso só acontece quando um conjunto de fatores estão tão perfeitamente orquestrados que é impossível não sermos tocados. A perfeição aliada à simplicidade, o charme somado ao romance, a arquitetura ancorada à natureza. Estar na Pousada do Engenho (Rua Odon Cavalcante, 330 – Bairro São Bernardo – São Francisco de Paula, é realizar um sonho de muitos anos. Um lugar que se sobressai à sua localização.
A cidade de São Francisco de Paula é linda, mas pouco trabalhada e divulgada como destino turístico. Precisaria receber um carinho especial e se tornar a querida São Chico que conheço, para muitos que ainda a desconhecem. Mas, apesar disso, a Pousada do Engenho continua sua trajetória de sucesso, desde o início dos anos 2000. A história dela, por si só, já é atraente. Três pessoas especiais, habitantes de grandes centros urbanos, tendo vivido em muitos países, decidem se unir para poder criar a vida que gostariam de ter, em meio à natureza, com harmonia. E optam, não só para viabilizar o sonho, mas também compartilhá-lo, abrir uma pousada. O lugar escolhido não poderia ser mais lindo. A natureza preservada comprova isso.
As 15 cabanas, distribuídas em meio ao bosque, o que garante privacidade aos hóspedes, são rústicas e charmosíssimas. O restaurante é um deleite só. A sauna e a piscina estão à disposição, mas é possível ir além e desfrutar de outros serviços, que podem ser contratados, como uma massagem, o banho de ofurô, ou um jantar romântico na casa da árvore, por exemplo. Não pudemos usufruir estes últimos itens, mas ficam como mais um desejo futuro.
Tudo é pensado nos mínimos detalhes. A seleção musical disponível em uma dezena de CD’s nas cabanas. As amenidades são da Natura. A lareira sempre pronta, caso esfrie. A iluminação que pode ser regulada para as mais diversas horas do dia, ou da noite. A garrafa elétrica, para aquecer a água para o chá, no adentrar da noite. A preocupação latente com o meio ambiente, que vai desde a horta até o destino dos resíduos. A sinalização interna. Os quadros com paisagens locais…
Muitos cuidados que, quando harmonicamente conjugados, tornam a estadia tão APRAZÍVEL. Gratos, Alex, Suravi e Ananta. Agradecemos também à equipe. Adoramos seguir a viagem com o CD que nos foi dado de brinde de despedida. Até hoje ouvimos a seleção de blues e nos lembramos da Pousada.
Imperdível sair para passear pelo Lago São Bernardo, jantar no restaurante da Pousada e se perder na Livraria Miragem, um oásis desta cidade.
6º dia
Após um delicioso café da manhã, partimos de volta para casa. Lar, doce lar!
IMPORTANTE:
A viagem do Viajante Maduro não tem qualquer patrocínio, nem conflito de interesse. A opinião aqui expressa é a nossa verdade! A autoria das fotos é de Ivane Fávero.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, no Pinterest, no Youtube e no Instagram. Também aproveita e te inscreve aqui no blog, cadastra teu e-mail, assina e depois, quando receber o e-mail em sua caixa de mensagens, confirma! Isso é super importante para a gente! Estímulo para continuarmos com este blog. Agradecemos!
Temos um pedido especial para te fazer. Pode ser? Esperamos que tenham gostado desta postagem, que teve sua elaboração feita com muito carinho e atenção. Queremos compartilhar nossas experiências com o objetivo de ajudar aos nossos leitores a terem experiências e vivências memoráveis em suas viagens, como nós. Então, agora vem o pedido: ao programar sua viagem, utilize os links abaixo. As empresas e serviços aqui indicados foram testados por nós e, quando você usa nossos links, gera uma pequenina comissão, que nos ajuda a manter o blog e estimula o nosso trabalho. Agradecemos de coração!
- Reserve seu hotel, e aproveite a estadia, aqui;
- Viaje tranquilo com o Seguro de Viagem da Mondial;
- Alugue seu carro e aproveite a viagem